22 de novembro de 2012

Tintas / Pigmentos


Algumas pessoas me mandam mensagem perguntando que tinta eu uso e o porquê. Resumidamente:
tinta a óleo é uma tinta de secagem lenta que consiste numa mistura de partículas de pigmento em suspensão num óleo secante, sendo o mais comum, o óleo de linhaça
Tinta a óleo no wikipedia.org

Discuto sobre tintas a óleo com meus amigos pintores frequentemente, muitos de nós temos nossas próprias convicções do que é, e para que serve, e principalmente: como usar as tintas. Mas esse grupo de amigos pintores profissionais ainda é pequeno. Infelizmente a grande maioria dos pintores não pensam que há necessidade de entender e saber a fundo como funcionam as tintas. Primeiro coisa é: não existe tinta, o que nós profissionais precisamos pensar é no pigmento. E entender o "pigmento" é fundamental.

Como sou técnico e engenheiro químico posso chegar a inúmeras conclusões pois realmente estudei a fundo a parte técnica e fico triste quando pintores amadores dão seu toque pessoal a pintura: inventam teorias, misturam magias, criam fábulas. Pior, uns até ensinam! CUIDADO!!!

Vou explicar melhor: 
Primeiro, vivemos no século XXI, e a produção de tintas industriais evoluiu. Existem pesquisadores, engenheiros e uma cadeia de profissionais sérios e até marqueteiros de plantão dizendo comprem essa ou aquela marca de tinta; é o mercado de tintas e pigmentos como qualquer outro. Nós artistas, praticamente somos o último elo da cadeia produtiva: o consumidor que em sua maioria compra tintas de qualidade baixa.
Como consumidor quero o melhor, pelo menor preço, ou, por um preço x custo benefício.
Nas tintas a óleo industriais esse custo benefício vem em tubo "lacrado" e quando aberto não se sabe ao certo sua composição. Na regra, quanto mais barato o tubo de tinta, mais sujidade contem. 

Com o mundo globalizado até mesmo as grandes marcas de tinta a óleo, tempera, aquarela, etc., pertencem a grandes grupos de investidores, ou seja, produzir muito, diminuir a qualidade, realizar o marketing, aumentar o lucro. E nós pintores? ficamos nas mãos das pesquisas de opinião para lançarem essa ou aquela cor, ou aquele produto. Desculpem, podem ficar até chocados, mas algumas técnicas de pinturas são ensinados "errados" por supostos profissionais para usarmos produtos em excesso. Juro! Está no próprio site dessas empresas é só entrar e checar.

Como descobrir isso? estudando, estudando e estudando.

Já sei, vou fazer minhas próprias tintas! no meu caso deixo para os pintores saudosistas. 
Adoro os pintores saudosistas, mantem a tradição da pintura em seu cerne, uma pintura pura. Adoro alguns deles pois eles validam a sua dedicação ao simples prazer de fazer tudo, mesmo sabendo que não precisam.

Com tudo isso de errado acontecendo uma coisa é certa. a qualidade das tintas é muito superior ao do século XIX. E se fossemos fazer no atelie, demandaria tempo, máquinas, assistentes, e volta ao começo do processo comprando pigmentos puros e como analisar sua pureza?

No mundo penso que existem umas dez marcas para fornecer tintas a óleo de qualidade, umas cinco marcas de excelência. Dentro dessas cinco marcas apenas uma marca de excelência é vendida no Brasil: a Maimeri Puro, encontrada na Casa do Restaurador aonde vc pode consultar os catálogos e fazer suas próprias escolhas. O pessoal sabe tudo da Maimeri, são muito atenciosos e pacientes, podem lhe explicar e tirar todas suas dúvidas. Na Casa do Restaurador vc também vai encontrar a Maimeri Classico e a Artisti que tem o custo x beneficio excelente. É o lugar aonde encontro tudo que preciso para executar meus trabalhos.




Sem Título óleo sobre tela 15x20 cm 2012
Usando apenas tintas Maimeri


maimeri.it
casadorestaurador.com.br


Boa Pintura!

9 de agosto de 2012

Festa anticonformista



Por Juliana Monachesi

Ambigüidade é o nome do jogo aqui. O artista Éder Roolt carrega nas tintas para pôr em xeque noções culturais de real e realismo, de reprodução e identidade, de padrão e desvio. Bebendo na fonte do hiper-realismo, do qual ao mesmo tempo desconfia profundamente, Roolt cria uma linguagem própria de pintura figurativa – que passa então a distorcer e tencionar conforme a necessidade do tema abordado ou da iconografia eleita.

De instantâneos de uma infância inocentemente despudorada a uma adulteração da candura, passando por indícios do inconsciente -o brinquedo, a memória indireta da fotografia, o símbolo do fim de festa-, as pinturas do artista escancaram as maiores perdas do mundo real. A infância, na obra de Roolt, não é um tema localizado, mas antes um recurso metafórico para retratar a subjetividade contemporânea na era da infantilização geral e indiscriminada da maturidade, e também o seu reverso, a precocidade e queima de etapas psicológicas e culturais no universo infantil.

Além disso, a infância funciona, em suas pinturas, como pretexto reconhecível para evidenciar o trânsito entre ficções documentadas e documentos obliterados no imaginário cultural contemporâneo, propondo assim respostas a perguntas como Qual a atualidade e relevância da pintura hiper-realista em tempos de disseminação dos meios de registro e reprodução da fotografia e do vídeo? Faz sentido ainda opor pintura a fotografia nos dias de hoje?

A pintura paulistana vive um boom como não se via desde os anos 1980. Porém, como 30 anos atrás, diante da avassaladora quantidade de obras produzidas pelos pintores, é imenso o desafio de diferenciar o bom do mediano, e mais difícil ainda é distinguir o bom do ótimo. Quais destes pintores que despontaram no final da década de 2000 vão ficar? Que artistas da geração 2010 têm condições de continuar produzindo um trabalho relevante daqui a dez ou 20 anos?

A exposição de Éder RoolT ajuda a separar o joio do trigo no contexto da pintura de seu tempo. Pelo contraste que propiciam em relação a boa parte da produção vigente, suas telas evidenciam o quão complacente e apaziguadora é a pintura praticada nos ateliês paulistanos hoje em dia (porque não se compromete com nada, tem medo de fazer escolhas ou defender o que quer que seja, e acaba esvaziada pela banalidade). Sua pintura, ao contrário, é crítica. Seu discurso é sofisticado. Sua técnica, impecável. E está em boa companhia: Marilyn Minter, Montean & Rosenblum, Eric Fischl, Rudolf Stingel e Dan Colen são alguns dos artistas com quem sua obra dialoga.

Estes são artistas que deixaram no passado o embate entre figuração e fotografia, assim como entre realismo e romantismo, e conferiram, deste modo, outra razão de ser para a pintura de base fotográfica. Um tipo de pintura, aliás, que requer outra designação. "Hiper-realismo", está claro, não dá mais conta de descrevê-la. Cumpre, diante das telas apresentadas em Festa Anticonformista, perguntar que tipo -ou qual camada- de realidade está em questão, ou mesmo qual o assunto delas, por que são apresentadas nesta e não em outra seqüência, e por que estão reunidas sob este título.

Está tudo aí. Basta olhar com atenção.

27 de junho de 2012

Exposição individual...


Minha primeira exposição individual, praticamente um mês para a abertura, quase tudo pronto, e esse “quase” é o que tira o sono. Sabe aquele sonho impossível, aquele que nunca poderá ser realizado?
É assim que me sinto, realizando o meu maior sonho impossível. De um menino que um dia pensou em ser poeta, e de certa forma tornei-me. E que se emocionava estudando arte e aprendendo que o conhecimento é mais importante do que ter, que ao invés de poupar em algo material preferia gastar com música, livros, teatro, cinema e arte... Hoje, tenho certeza que a arte e o conhecimento que me modificaram; e modifica. Estou orgulhoso de ter a oportunidade de realizar um sonho impossível mas ao mesmo tempo me sinto mergulhado no medo, mas no medo bom, naquele medo em que confiamos pois temos certeza que dará tudo certo, mesmo não tendo certeza alguma.  Não sei o que vou pensar depois de realizar o impossível... é como se a partir da exposição nada, mas nada, será impossível de fazer ou realizar... mas de uma maneira totalmente zen.

E assim sigo, aprendendo e descobrindo com o trabalho, planejando e o que eu não planejei... apenas aconteceu. E para esta exposição escolhi o caminho mais pedregoso e perigoso. Guardando uma surpresa aqui, inventando ali, errando para dar certo. Simplesmente poderia ter ficado em cima do muro sem tomar partido das coisas, aceitar a pintura como ela deveria sempre ser, apenas pintura. Mas como eu ficaria, então ser pintor é só isso? Mas e as minhas referências? E no que eu mais acredito: a arte como mudança social, ou apenas, a arte como transformação pessoal. Com um objetivo simples: pintar para mudar o mundo...
Acredito que a arte tem poder, revoluciona, nos transforma, modifica, se instala. Por isso penso que a pintura pela pintura é apenas mais uma pintura, mas a pintura para transformação, a descoberta, o desafio, nesse caso, vale cada esforço e sacrifício da minha parte.


Estou compartilhando meus sentimentos usando essas palavras mas a maneira pela qual realmente me expresso é através da pintura, estou convidando a todos para verem uma exposição de um menino ideológico anticapitalismo, antiautoritarismo, antiarte, anti-heroi,  antimoda, anticomercial, antiarmamentista, antibélico, antinuclear, que fará uma FESTA ANTICONFORMISTA.

Abertura: dia 7 de agosto, terça-feira, das 19 às 22h30 horas
Período expositivo: de 8 a 28 de agosto de 2012

Local: Galeria Oscar Cruz
Endereço: Rua Clodomiro Amazonas, 526/528, Itaim Bibi - São Paulo, SP
Telefone: (55 11) 3167 0833
Horários de funcionamento: terça a sexta-feira, das 11 às 19 horas; e sábados, das 11 às 17 horas
Entrada franca e Livre
Estacionamento: duas vagas gratuitas em frente à galeria e estacionamento conveniado próximo.

 
Copyright © 2007-2011. Éder RoolT.

Todos os direitos reservados.